segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Guillermo del Toro



Salve galera! Marcelo Mendonça e Marcus Vinicius de volta no novo Virtuoses Podcast, desta vez para comentar a carreira do diretor, produtor, roteirista e pitaqueiro mexicano, Guillermo del Toro.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Once Upon a Era Uma Vez


Salve galera! Marcelo Mendonça, Marcus Vinicius e Amilcar Macedo debatem sobre uma das séries de maior sucesso da atualidade, Once Upon a Time. Ou Era Uma Vez, na transmissão da Record.

sábado, 27 de junho de 2015

Filmes e Séries de Contos de Fadas



Salve galera, Virtuoses de volta com a presença de Marcelo Mendonçca, Marcus Vinicius, Amilcar Macedo e Luan para comentar os principais filmes e séries baseados nos Contos de Fadas.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Review do disco Into the Wild Life de Halestorm

                                                                             por Marcelo Mendonça

Uma banda emergente, uma vocalista, Lzzy Hale, que encanta olhos, ouvidos e corações dos fãs e uma música que alcança desde o pop até new hard rock, este é o Halestorm. O novo disco chamado Into the Wild Life. , mostra os caminhos seguidos neste que é o terceiro de estúdio.
A abertura fica por conta de Scream, com elementos constantes nas músicas da banda como vocalização, refrão grudento e bateria em marcha. A próxima, uma das melhores e o grande hit, I Am the Fire, começa lentamente até explodir num refrão enérgico e marcante. Canção para se manter na mente por muito tempo. Lzzy mostra toda a potência de sua voz, “gritando como uma sereia”, como diz a letra. Sick Individual, um pouco mais genérica, tem bons riffs de guitarra.
Amen, também lançada como single, é possivelmente o maior sucesso do disco, mostra um bom entrosamento entre os membros da banda. É seguida por Dear Daughter, uma balada de mãe para filha, voz e piano, com solo de guitarra intercalando primeira e segunda parte. Tem um fade out propositalmente ligado na próxima música, New Modern Love, a mais animada do disco. Muito bem produzida. Mayhem, a mais pesada do álbum e também lançada como single, tem início calmo e vai crescendo até culminar no refrão ideal para quem gosta de pular e balançar a cabeça. Bom trabalho da guitarra e, claro, do vocal de Lizzy Hale.
Bad Girls World, em tom de desabafo, é outra balada bem desempenhada. Um ótimo solo de guitarra aparece no final com o resto da banda sumindo, ficando quase “a capela” e também sendo ligada com a seguinte, Gonna Get Mine, que lembra muito músicas do primeiro disco do Halestorm. The Reckoning é mais calma e pop. Apocalyptic foi o primeiro single e é uma boa demonstração da nova cara do Halestorm, sendo muito bem produzida. O álbum é finalizado com What Sober Couldn’t Say, outra balada e I Like it Heavy.
Into the Wild Life mostra um amadurecimento da banda sem que tenham perdido a energia vibrante dos trabalhos anteriores. Com músicas facilmente lembradas muito tempo após se ouvir o disco, é possivelmente seu melhor álbum. Se Halestorm permanecer na crescente em que se encontra, em breve, certamente, se consolidará como uma das grandes bandas de sua geração, já tão carente de um rock assim vigoroso. Lzzy Hale realmente é o fogo.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Review de Endless Forms Most Beautiful do Nightwish


                                                                             por Marcelo Mendonça
 
A banda finlandesa de symphonic metal, Nightwish, além de bons discos, traz ao longo de sua carreira um histórico de mudanças de integrantes com grande impacto em trabalhos posteriores. Com a saída de Sami e a entrada de Marco Hietala no baixo, ganharam um vocal masculino que até então se resumia a participações especiais. Quando a vocalista Tarja Turunen saiu, muitos deram o Nightwish como encerrado, porém contrataram Anette Olzon, o que fez com que a sonoridade tendesse para o pop, dividindo parte dos fãs. Nos últimos anos, Anette também saiu, dando lugar a Floor Jansen, ex-After Forever, e o baterista Jukka Nevalainen se afastou temporariamente da banda por estar sofrendo de forte insônia. Com toda essa bagagem, lançam Endless Forms Most Beautiful.
A primeira faixa do disco é Shudder Before the Beautiful, na qual mostra-se totalmente a nova cara da banda, sendo impossível não perceber a postura com Floor à frente. Enérgica e consistente. O tema é o mais recorrente em todo o álbum: a beleza e a imponência da natureza. Solo bem trabalhado por Emppu. A próxima, Weak Fantasy tem início que remete a época de Wishmaster e Century Child, já com a participação de Marco nos vocais. Élan foi a escolhida como primeiro single dando destaque para Troy Donockley e suas flautas e gaitas (que já havia participado como convidado nos álbuns da era Anette), agora como membro oficial. O vigor e as alternativas vocais de Floor Jansen derrubam por terra qualquer suspeita de que a nova formação não pudesse vingar. Refrão marcante.
Yours is na Empty Hope é a mais pesada, alternando os vocais entre Floor e Marco. Contrasta com a suave Our Decades in the Sun, que cresce em sua metade com a adição da guitarra de Emppu para depois voltar à calmaria. A orquestração e o teclado de Tuomas contribuem imensamente para que esta seja a mais bela canção do disco. Em seguida, My Walden traz de volta a energia revigorante, podendo o refrão facilmente continuar ecoando na memória por algum tempo após se ouvir a música. A segunda parte tem um acréscimo instrumental que em muito engradece a canção, não se desprezando a performance de Floor, mais uma vez.
A faixa-tíulo, Endless Forms Most Beautiful, apresenta um clima diferente, valendo-se em muito dos riffs de guitarra. O nome foi tirado de um trecho do célebre livro A Origem das Espécies de Charles Darwin, que baseia também a letra. A sequência vem com Edema Ruh e Alpenglow, de bons desempenhos dos integrantes. The Eye of Sharbat Gula é uma música instrumental com ênfase na vocalização. Uma das melhores do novo trabalho. O encerramento fica por conta de The Greatest Show on Earth, com praticamente vinte e quatro minutos, chegando a parecer que a música terminou pelos menos três vezes. Pode ser classificado como um empolgante score de um filme fictício.

Talvez Endless Forms Most Beautiful não venha a ser tão venerado quanto outros trabalhos da banda, mas agrada de forma geral, principalmente aqueles que criticavam o vocal mais limitado de Anette Olzon. De todo modo, a diversidade sonora parece sempre combinar com o Nightwish.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Review do disco Rebel Heart de Madonna

                                                                             por Marcelo Mendonça

 
Quem é rei nunca perde a majestade. O mesmo se pode dizer sobre a rainha? Madonna, o nome máximo do pop moderno, ressurge do lamaçal de hits baratos e mostra ao mundo musical que a coroa ainda lhe cai bem. Após dois álbuns essencialmente ruins, quando a superstar tornou-se uma cópia daquelas que um dia surgiram como cópias de Madonna, é lançado Rebel Heart, que a recoloca nos bons trilhos dos quais tantos bons frutos já surgiram.
 
A primeira faixa (também primeiro single), lançada ainda em 2014, Living For Love é uma canção pop que trata de relacionamento acabado, levantar-se e seguir a vida. Demonstra a boa tendência do restante do disco, letras maduras, na maioria dos casos, alternâncias de climas, indo do calmo ao explosivo, com momentos eletrônicos, house e dubstep, nos momentos certeiros, e performance vocal muito superior aos trabalhos anteriores. O piano é tocado na música por Alicia Keys.
Em Devil Pray, com a produção de Avicii (que, além desta, assina várias faixas do disco), Madonna quer fazer o diabo rezar. Letra com toques de ironia, mas que trata de temas como dependência química, seus abusos e o contraste religioso. Um dos destaques do disco. Esta é seguida por Ghosttown, a melhor do álbum, e possivelmente a melhor música que ela tenha lançado desde Frozen, de 1998. Sua voz na canção tem sido amplamente comparada à de Karen Carpenter e a melodia à de canções como Live to Tell e Crazy for You.
Unapologetic Bitch mistura ska com um pós-refrão eletrônico. Illuminati ironiza os boatos que a cantora pertença a tal sociedade secreta. O refrão diz: “It's like everybody in this party, shining like Illuminati”. Há menções a outras personalidades tidas como membros dos Illuminati, como Obama, o Papa, Rihanna e Bill Gates. Na sequência, Bitch I’m Madonna pode causar impressão ruim pelo título aparentemente pretensioso e desnecessário para alguém de seu porte, mas a música em si se sobressai do tema mais fútil, com um ritmo animado e uma boa produção. Participação de Nicki Minaj.
Hold me Tight soa como uma pop dançante com a participação do Coldplay nos arranjos. A seguir, Joan of Arc aborda as consequências negativas do estrelato. Algumas próximas valem uma audição, como HeartBreakCity e Inside Out. As demais não comprometem o bom trabalho. Wash All Over Me, a mais suave, encerra com impecável qualidade. Há ainda em algumas versões lançadas outras onze faixas que foram lançadas como bônus, algumas bem interessantes como Veni, Vidi, Vici e Rebel Heart.
Com o lançamento de Rebel Heart, fica a esperança que Madonna tenha provado a si mesma que não é preciso produzir música genérica para figurar nas paradas de sucesso e que ela só alcança seu melhor desempenho sendo Madonna. Que isso reflita nos próximos trabalhos.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Review do disco Return to Forever dos Scorpions


                                                                                                         












 
                                                                                                                                    por Marcelo Mendonça

Return to Forever. Este é o nome do novo lançamento da consagrada banda Scorpions. Os alemães, nos últimos anos, anunciaram sua aposentadoria e voltaram atrás algumas vezes, lançaram em 2010 o ótimo Sting in the Tail, em 2011 o disco Comeblack, constituído em sua primeira metade por regravações de sucessos dos próprios Scorpions e em sua segunda metade por regravações de canções de outros artistas, como Beatles e Rolling Stones, por exemplo. Lançaram ainda em 2013 outro acústico, MTV Unplugged - Live in Athens.

O novo trabalho mantem a boa qualidade da maioria dos discos dos Scorpions, embora sem nenhum potencial grande hit. Apostando nos clichês típicos do hard rock e, assim como AC/DC e Kiss, abusando da palavra rock nas letras em qualquer que seja o sentido. A faixa que abre é Going Out With A Bang, animada, mas não tão impressionante quanto outras. Em seguida vem o primeiro single, We Built This House, com refrão pegajoso, mas melhor e mais empolgante que a anterior e pode vir a aparecer em futuras coletâneas. O refrão repete a frase “we built this house on rock”, fazendo alusão ao trecho bíblico sobre construir a casa sobre a rocha ao invés de sobre a areia.
A terceira faixa, Rock My Car, entoa o título várias vezes durante o refrão e ainda conta com um ótimo solo de guitarra. Marca registrada da banda, sempre há nos discos baladas que dão a devida ênfase à bela voz de Klaus Maine. Esse é o caso da ótima House of Cards. Segue com a explosiva All for One, sem dúvidas um dos destaques do álbum, tendo voz e guitarras em impecável trabalho. Encerra lembrando A Hard Day’s Night dos Beatles.
O tema rock volta com Rock ‘N’ Roll Band, a mais rápida do disco. Catch Your Luck and Play, embora não estando no mesmo nível das anteriores, ainda é aproveitável. Um pouco mais lenta, Rollin’ Home, com tema saudosista, volta a se refererir ao rock em seu refrão: “Here we go, this rock is rolling home”. A palavra-chave permanece na faixa seguinte Hard Rockin’ the Place, que tem um inesperado vocal gutural no início e após os refrões. Outra bela balada vem com Eye of Storm, novamente em tom saudosista: “I’m on my way home, yesterday seems long ago, so long ago”. The Scratch é animada e divertida.
Gypsy Life encerra o álbum com chave de ouro. As primeiras estrofes têm outra ótima performance vocal de Klaus, com destaque para os dedilhados e solos de Matthias Jabs e Rudolf Schenker, que aparentemente guardaram o melhor para o final. O álbum mostra que os Scorpions se encontram em plena forma para executar seu trabalho e comprovam o título de uma das maiores bandas de rock da história. Como sugere o título, mostra que voltam para comprovar que eles e seus incríveis discos ficarão para sempre.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Review do Disco The Pale Emperor de Marilyn Manson

                                                                                                            por Marcelo Mendonça

Umas das figuras mais polêmicas (para muitos a mais bizarra) do rock, Marilyn Manson e sua banda do mesmo nome lançaram o disco The Pale Emperor, em 19 de janeiro de 2015, dividindo opiniões entre os fãs.

Já bem distante da sonoridade que o consagrou em meados dos anos 1990, o novo disco aparece bem mais cru, com o som mesclando entre artistas da new wave como Depeche Mode, até soando às vezes como figuras mais recentes, Körn, Jack White e até 30 Seconds to Mars. A abertura fica por conta de Killing Strangers, uma mistura de rock industrial e blues rock e peca apenas por ser muito extensa para seu estilo. A segunda faixa, Deep Six, é mais animada, consistente e é um dos pontos positivos do álbum.
Third Day of a Seven Day Binge segue com a mesma qualidade da anterior e instrumental hipnótico, incrementados com boas linhas vocais. The Mephistopheles of Los Angeles aparenta ser demasiado comportada e pop para um artista do legado de Manson, embora não chegue a ser ruim.
Slave Only Dreams to Be King merece ser ouvida algumas vezes para se tirar uma conclusão definitiva. Com ênfase na bateria marcada à new wave, característica de quase todo o álbum, tem um ótimo refrão e solos estranhos, agora sim, combinando mais com o estilo da banda. The Devil Beneath My Feet dá a impressão todo o tempo de que vai melhorar, o que, por fim, não ocorre.
Birds of Hell Awaiting é mais um ponto positivo, mostrando a qualidade já conhecida por fãs do grupo, com todos os elementos funcionando perfeitamente, mas como em outros momentos, baixo e bateria se sobressaem.
A impressão de The Pale Emperor é que pode não agradar tanto a tantos admiradores da banda, mas é um disco com mais momentos bons do que ruins. Se não acertar em cheio aprecidadores de Antichrist Superstar, pode funcionar ao grande público que conhece apenas os grandes sucessos, que curiosamente são regravações e trilhas de filmes: Sweet Dreams e Tainted Love.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Candidatos ao Oscar 2015

Foram divulgadas as nomeações ao Oscar 2015, sendo uma lista de poucas surpresas. E a premiação deste ano serve como redenção a muitos atores que vinham vinha sendo criticados por suas atuações recentes, ou andavam longe de produções de sucesso.

Os candidatos na categoria melhor filme são Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância), Boyhood – Da Infância à Juventude (vencedor do Globo de Ouro como melhor filme de drama) e O Grande Hotel Budapeste (vencedor do Globo de Ouro como melhor filme de comédia ou musical), os favoritos, além de Whiplash: Em Busca da Perfeição, O Jogo da Imitação, A Teoria de Tudo, Selma e Sniper Americano.
Entre as categorias de atuação, apenas a multiganhadora, Meryl Streep já levou a estatueta para casa em outras edições. Bradley Cooper concorre em seu terceiro ano consecutivo, desta vez pelo filme Sniper Americano, mas dificilmente vencerá. Steve Carell também figura a lista pelo filme Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo. O veterano Michael Keaton, Birdman, foi indicado pela primeira vez em sua carreira, sendo inclusive o favorito. Já a premiada Julianne Moore tem grandes chances de ganhar seu primeiro óscar por Para Sempre Alice.

Para ator coadjuvante, Ethan Hawke recebe sua quarta indicação (Boyhood - Da Infância a Juventude). Concorrem com ele, Edward Norton, Mark Ruffalo, Robert Duvall e J.K. Simmons. No feminimo, Patrícia Arquette tem boas chances de vencer, já em sua primeira indicação, também por Boyhood. Meryl Streep, por Caminhos da Floresta, concorre pela décima nona vez, um recorde em categorias de atuação. Além delas, Keira Knightley, O Jogo da Imitação, Laura Dern, Livre, e Emma Stone, Birdman, são as candidatas na categoria.

Wes Anderson, pela quarta vez concorre, desta vez na categoria melhor diretor, melhor roteiro original e ainda assina a produção que concorre a melhor filme por O Grande Hotel Budapeste. O filme teve um total de nove indicações, mesmo número de Birdman. O favorito ao prêmio de melhor filme estrangeiro é o russo Leviatã. O Brasil aparece como candidato a melhor documentário com O Sal da Terra.

Uma injustiça entre as animações foi a falta do aclamado por crítica e público Uma Aventura Lego. O favorito é Como Treinar Seu Dragão 2. Completam a lista Operação Big Hero, Os Boxtrolls, O Conto da Princesa Kaguya e Song of Sea. Festa no Céu, também bem cotado, aparentemente não agradou tanto a Academia. Também injustiçada para alguns, Amy Adams, Grande Olhos, não foi integrada a lista de melhores atrizes.
A cerimônia será no dia 22 de fevereiro e, no Brasil, será transmitida pelo canal TNT.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Discos de Rock e Hard Rock de 2014
















            por Marcelo Mendonça


Um dos ícones do rock, o AC/DC, havia prometido um disco para 2014. Alguns problemas surgiram no caminho até lá. Em abril, Malcolm Young, guitarrista e membro fundador, se afastou da banda sofrendo de demência. Em novembro Phil Rudd, baterista, foi acusado de ser mandante de dois assassinatos. Apesar dessas fatalidades, em dezembro chegou às lojas Rock or Bust. Ao bom estilo AC/DC está recheado de boas músicas. Os dois singles, Play Ball e a faixa-título são dignas de playlists com as melhores da carreira dos australianos. Angus Young mostrando suas habilidades, agora na falta do irmão. Todas as onze faixas animam a qualquer fã da banda. A temática do álbum é o estilo roqueiro, como o nome sugere, inclusive nos títulos das faixas: rock. Rock the Blues Away, Rock the House, Got Some Rock & Roll Thunder e a já mencionada, Rock or Bust.


















Muito aguardado, Sonic Highways do Foo Fighters foi lançado em novembro de 2014, gerando um documentário durante suas gravações. Diferente de tudo que a banda lançou até então, a obra merece ser ouvida, ao menos, três vezes para ser digerida totalmente. É notável a falta de uma música-destaque-com-cara-de-hit, como em outros trabalhos. As músicas estão mais longas, no geral, e são apenas oito faixas, embora isso ajude a não cair o nível em nenhum momento. É sem dúvida, uma banda em constante evolução. Melodias bem trabalhadas, linhas de guitarras no momento certo, sem serem repetitivas, ambientes calmos e fortes bem posicionados. Há até solos de guitarra, coisa rara em discos da banda. Congregation é a que mais remete ao velho Foo Fighters, mais enérgica. O álbum encerra com as belíssimas Subterranean e The River. Após as três primeiras audições, esquecendo a expectativa de um novo The Colour and The Shape, dificilmente não se começará a gostar do disco.


















Há um enorme número de bandas que alcançaram uma infinidade de fãs graças a bons álbuns do passado e que há um bom tempo não conseguem repetir o mesmo êxito, seque a mesma qualidade. O Nazareth caberia em tal lista, dado os fracos lançamentos em mais de vinte anos. Em 2014 lançaram Rock ‘n’ Roll Telephone, o último contando com o vocalista Dan McCafferty. Talvez por isso, despenderam de um último fôlego para este lançamento, talvez não a altura de grandes clássicos, mas digno da despedido de Dan. O bom rock ao estilo antigo de Boom Bang Bang abre o disco. Duas mais calmas, Back 2B4 e a Winter Sunlight despertam o sentimento de nostalgia nos fãs dos escoceses. A faixa-título não fica devendo ao restante, com guitarra animadora. Há ainda a boa Long Long Time e Not Today. A esperança que fica é de que, primeiramente, Dan se recupere, e, depois, retorne ao Nazareth junto com a velha inspiração da banda.


















Uma notícia que gerou imensa ansiedade e expectativa em milhares de fãs foi a de que o Pink Floyd lançaria um disco de inéditas em 2014. Porém convinha ter a expectativa moderada por alguns fatores: primeiro, tratava-se de sobras e trechos não usados nas gravações de The Divison Bell de 1994, até então o último lançamento do Pink Floyd; segundo, Roger Waters, o líder da banda pelo mais longo período, novamente não participaria; terceiro, Richard Write, tecladista e também membro clássico, falecido, obviamente também não contribuiria com nada novo. Mas em novembro foi lançado The Endless River, dividido em quatro partes, totalizando dezoito faixas. Basicamente composto por peças instrumentais, esbanja-se beleza com teclado, slide guitar e ebow. Desnecessária a comparação com músicas como Marooned, do The Divison Bell, pois estiveram presente nas mesmas sessões, mas há músicas que remetem a trechos e passagens dos aclamados The Wall e Animals. David Gilmour mais uma vez dá uma ótima demonstração de sua virtuosa guitarra. It’s What We DoAnisinaTalkin’ Hawkin’ são lindas demonstrações disso. No final, a última faixa, a única cantada, Louder Than Words. Talvez não seja tão intenso quando as obras-primas da banda dos anos 1970, mas funciona como um disco bônus para os órfãos deste grupo que foi um dos mais importantes da história da música.


















Bruce Springsteen é uma lenda viva da música americana. Fato. Como muitos que fazem sucesso há tanto tempo, ele poderia ter se acomodado e se contentar em lançar material sem a mesma inspiração ou esforço que antes. Mas a cada lançamento ele prova que há muito fôlego e energia quando ele empunha sua guitarra e começa a cantar. Vindo de um disco muito bom em 2012, a sua foi considerada a melhor turnê de 2013. Já no início de 2014, outro disco, High Hopes, o qual foi feito a partir de algumas músicas lançadas em meados dos anos 1990 e não fizeram grande sucesso, outras que foram descartadas na época e alguma coisa inédita, tudo gravado novamente. The Ghost of Tom Joad, por exemplo, passou de uma balada, ao estilo Bob Dylan de quatro minutos e meio, para uma estrondosa música encorpada, com bateria e guitarras distorcidas de sete minutos e meio. Para engrandecer a obra, em quase todas as faixas há a participação de Tom Morello (Audioslave e Rage Against the Machine). Há boas músicas do início ao fim. Para ler mais sobre este disco, clique aqui.



















Sem nenhum álbum de inéditas lançado desde 2009, o U2 apresentou em outubro de 2014 o disco Songs of Innocence, mostrando toda sua capacidade de se renovar a cada lançamento, sem perder a habilidade de construir ótimas músicas. Se o anterior, No Line on The Horizon, soava como uma prece ou meditação, este novo álbum assemelha-se a uma festa de alegria comedida, após as orações realizadas. Há músicas contagiantes como The Miracle (of Joey Ramone)California (There Is No End to Love) e Iris (Hold me Close), fortes como Raised by Wolves e Sleep Like a Baby Tonight e calmas como Song For Someone e The Troubles. Ainda que não esteja entre os melhores álbuns do U2, serve para engrandecer sua sólida carreira. Para ler a resenha completa deste disco, clique aqui.



















Robert Plant lançar um grande disco não é surpresa para ninguém, mas sempre uma alegria aos fãs. Lullaby and...The Ceaseless Roar vem recheados de canções de alto nível, dignas de um ex-Led Zeppelin. Little Maggie com um ritmo animado, com violinos, flautas e banjos, e um vocal quase sussurrado, abre com grande estilo. A belíssima Rainbow vem a seguir. Embrace Another Fall começa ritmada, mas calma e ganha no meio da música energia e peso para depois dar lugar novamente a calmaria e uma bela vocalização. A Stolen Kiss dá a sensação a quem ouve de estar caminhando na praia vazia num fim de tarde enquanto relembra esse beijo roubado. A balada Somebody There é um dos pontos altos do álbum. Ouvir o disco em volume alto e de olhos fechados seria uma boa dica de uma prática, barata e prazerosa viagem ao norte da Africa.


















Linkin Park, no começo dos anos 2000, teve uma ascensão meteórica, com o perdão do trocadilho com seu segundo disco, Meteora. Mas com o passar dos discos, seguiram o rumo do pop e até do eletrônico, visando mais o sucesso do que as boas músicas. Recentemente, Mike Shinoda declarou estar decepcionado com os rumos das bandas de rock atuais, assumindo que sua banda tem sua parcela de culpa nisso. Felizmente, o disco The Hunting Party, lançado em junho de 2014, é uma boa tentativa de resgatar o espírito roqueiro perdido em seus últimos lançamentos. Keys to Kingdom abre o disco com a típica gritaria de Chester Be   nnington alternando-se com os raps de Shinoda. Guilty All the Same, mostra o tom ao mesmo tempo pesado e cadenciado, antiga marca da banda. A melhor faixa talvez seja Rebelleion, que conta com a participação de Daron Malakian, guitarrista do System of a Down. No final, há ainda espaço para a boa Final Masquerade. Ainda não se deve esperar um disco igual aos dois primeiros, mas o resultado final indica que o Linkin Park parece estar de volta aos trilhos de antes.


















Jack White conquistou milhares de fãs nos últimos quinze anos com suas bandas The White Stripes, The Raconteurs e The Dead Wheather. Desde 2012, iniciou-se em sua carreira solo e em 2014, lançou Lazaretto, mais uma oportunidade para o guitarrista mostrar sua expansiva criatividade. A faixa-título tem um bom trabalho instrumental, principalmente baixo e guitarra, com uma ponte inusitada e experimental. O folk-country é certeiro em Temporary Ground e em Entitlement. Just One Drink é uma das melhores do álbum. Alone in my Home tem uma introdução que remete ao solo de In My Life dos Beatles. Ouvindo-se todo o disco, a impressão que fica é um White passeando por estilos e experimentos sonoros diferentes com tamanha familiaridade que só alguém com sua imaginação e habilidade poderia ter.


















Johnny Cash, como se sabe, veio a falecer em 2003. Out Among the Stars, lançado em março de 2014, foi o terceiro disco de inéditas desde então. Trata-se de uma série de gravações de 1981 que foram descartadas naquele momento. Hoje, lançadas, soam como pérolas descobertas e um grande presente aos fãs do Homem de Preto. A faixa-título abre o álbum de modo relaxante, com todo o charme de slide típico de músicas country. Baby Ride Easy, parceria com sua esposa, June Carter, soa despretensiosamente jovial. She Used to Love Me a Lot, um lamento, como em outras músicas de Cash, causa empatia. O mesmo se pode dizer de After All, esta um pouco mais triste. Entre mais agitadas como Rock and Roll Shoes e I’m Moving On e mais moderadas como Tennessee, é uma obra digna de Johnny Cash em vida, não apenas um amontoado de restos.


















No Fixed Adress é o disco dos canadenses do Nickelback em 2014 e segue apenas com um compendio dos últimos lançamentos. Sem grande inspirações, no momento sequer consegue uma grande música lenta para emplacar nas paradas de sucesso, sendo o máximo que a banda conseguia ultimamente. Edge of a Revolution foi o single lançado para se destacar, embora pareça como uma faixa de fim de disco que está lá para completar a lista. O mesmo pode se dizer de Believe. Satellite é a balada, e, como eles vêm provando que é o campo onde trabalham melhor, não chega a ser descartável. O álbum, contudo, não figura entre os piores do ano, embora a sensação deixada é de que não se deve esperar muito mais do Nickelback no futuro.



Outros álbuns lançados em 2014 merecem ser citados. Mais uma lenda viva do rock, o incansável Neil Young, não lançou um disco em 2014, mas sim dois. A Letter Home, uma coleção de covers em voz e violão gravadas de uma forma inusitada: dentro de uma cabine telefônica. Alguns meses depois lançou Storytime com vinte faixas no total, dez gravadas somente por Young, e mais dez faixas, as mesmas, gravadas novamente com a adição de uma orquestra. Plastic Flowers, em suas duas versões, é a melhor do disco. 



A superbanda Asia, famosa nos anos 1980 pelos hits Heat of the Moment e Only Time Will Tell, apresentou o bom disco Gravitas. Há canções realmente boas como Valkyrie, The Closer I Get to You, Nyctophobia e Joe DiMaggio’s Glove, mas das nove faixas, nenhuma chega a desagradar. Guitarrista habilidoso, cabelos compridos e cacheados, óculos e cartola. Não há como não adivinhar quem seja. Slash lançou seu terceiro disco “solo”, o segundo acompanhado de Myles Kenedy and the Conspirators. Destaque para Automatic Overdrive, World on Fire,30 Years of Life e Bent to Fly. Ainda com ótimos riffs e o bom vocal de Myles segurando, com dezoito faixas, sendo algumas não tão boas. Mas a verdade é que para muitos fãs de Slash quanto mais trabalho do guitarrista, melhor. Com esse lançamento, pode-se dizer que ele tirou um belo coelho de sua cartola.